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A NOVA RELIGIÃO
Cristo ou “Coisas” Cristãs?

Estratégias de Manipulação

De acordo com Noam Chomsky há “10 estratégias de manipulação” usadas com o auxílio da mídia:
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO
Manter a atenção longe dos verdadeiros problemas, da raiz ou origem deles.2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES
Utilizar metas bíblicas como Evangelizar o Mundo (ou a sua cidade ou bairro), Trazer o Reino de Deus, Construir um Templo etc. Quando esses “problemas” surgem, sugere-se então a solução: dinheiro e mão de obra, geralmente fazendo o fiel crer que assim ele estará ajudando a Deus ou tornando-se um cristão especial ou vencedor.3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO
Fazer concessões não bíblicas aos poucos, distanciando-se gradativamente do alvo inicial e da revelação inicial, fazendo crer que Deus é dinâmico e que Sua revelação prossegue, anulando assim a própria Palavra de Deus.4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO
“Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que ‘tudo irá melhorar amanhã’ e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.”5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE
Incentivar os irmãos que se tornem tolos e infantis (no sentido de “alienados” aos fatos) para depois se tornarem sábios, invertendo falsamente o sentido de 1 Co 3:18 e 2 Co 11:3. O questionamento, a busca pessoal e a pesquisa são totalmente proibidos ou desincentivados. Em termos de pregação, costuma-se utilizar quase que exclusivamente textos e alegorias da Primeira Aliança (Velho Testamento), quase nunca abordando as Palavras de Jesus ou Epístolas como Efésios, Felipenses e Colossenses.6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO
” Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos”7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Decorrência do item 5 acima. Quando alguém questiona ou resolve investigar uma determinada situação ou doutrina no meio do grupo e se aproxima da verdade, essa pessoa é severamente criticada, punida ou expulsa do grupo. O melhor cristão para esse grupo é aquele que não questiona, que obedece sem pensar, que oferta fartamente, que trabalha arduamente, que abandonou estudos, família ou carreira em prol do grupo, que não pesquisa ou estuda, nem se comunica com pessoas de outros grupos em busca de outros pontos de vista ou outras interpretações possíveis, ou simplesmente para ter comunhão.8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE
Decorrência do item anterior, mas, nesse caso, os líderes começam a “promover” a cargos mais elevados no grupo os mais alienados, ativos fisicamente (mas acomodados em relação ao Reino) e ambiciosos, como forma de dizer ao grupo que existe um novo padrão de cristão bem sucedido: o alienado, o tolo, o acomodado e o que facilmente pode ser manipulado. Geralmente o recém-promovido é muito complacente com desvios e com pecados que lhe chegam ao conhecimento, sob a fachada de ser piedoso, amável e de fazer tudo pela unidade do grupo, uma vez que o grupo é mais importante do que as pessoas que o compõe.9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE
“Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços”. Para atingir esse objetivo, são usados textos bíblicos com acusações e condenações diretas ou indiretas, fazendo referência a metas inalcançáveis (as quais geralmente são aplicadas a casos especiais na Bíblia ou em circunstâncias fora de contexto). O cristão fisgado por essa estratégia sente-se culpado e com remorso, fazendo de tudo para libertar-se do sofrimento, o que implica mais ofertas e mais tempo para serviços não remunerados. O interessante nessa estratégia é que o líder ou aquele que propaga essas ideias está longe (ou muito longe) de viver aquilo que prega ao microfone. Veja Mt 23:4 e At 15:10. Os líderes quase nunca explicam aos membros que santidade e justiça se alcançam mediante atos de fé, através do andar diário, com pequenos gestos de piedade e mudança de caráter, como ler a Bíblia, orar ao levantar e deitar, meditar na Palavra, amar ao próximo e, principalmente, obedecer ao singelo falar do Espírito no seu coração.10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM
Através de desculpas como “como está determinado irmão?”, o sistema coleta diversas informações acerca do cristão, inclusive partindo de membros de sua própria família. Os líderes geralmente delegam outros sub-líderes para participarem de reuniões caseiras (de oração, às vezes) para que, infiltrando-se no lar dos irmãos, possam saber o que pensa e quais os problemas dos liderados. Também usa-se a estratégia de perguntar acerca de problemas com o fim de orar depois (a oração nunca vem de fato). Da mesma forma, através do sistema de pseudo-discipulado, é possível colher uma quantidade enorme de informações, especialmente informações pessoais, envolvendo casamento, área sexual, profissional, financeira e até pensamentos, tendências e intenções dos liderados. Através de todos esses recursos, o sistema cria uma poderosa ferramenta de informações que pode ser usada pelos líderes no púlpito ou em conversas pessoais e que, geralmente, são muito bem sucedidas no convencimento voltado para obtenção de mais ofertas, mais trabalho ou até para se “comprar” o silêncio diante de um escândalo envolvendo a liderança. O sistema assim passa a conhecer mais o indivíduo do que ele mesmo, sempre com o argumento subliminar eu também sei o que você fez ou pensa, gerando medo e insegurança nos liderados, até mesmo impedindo-os de abandonar o sistema. Os títulos e os trechos entre aspas foram extraídos do site: http://libertesedosistema.blogspot.com.br/2011/05/como-midia-manipula-sociedade.htmlO QUE É AMAR AO PRÓXIMO?
A Entrevista

QUESTÃO DA VERDADE
Aqueles que não conseguem se manter na verdade, mas antes baixam o padrão da verdade, sempre viverão em trevas! A razão das trevas reinantes hoje no meio cristão é que o homem sacrifica a verdade em detrimento de si mesmo! A verdade é fruto da Luz (Ef 5:9), e quem não amar a verdade dará crédito ao erro e perecerá em julgamento (2 Ts 2:9-12). A verdadeira justiça e retidão é procedente desta verdade (Ef 4:24). Sem tal verdade não existe o testemunho da Igreja! Como então não ser restrito com respeito à verdade, ainda mais que sabemos que o inimigo, o pai da mentira (Jo 8:44), é capaz de grandes prodígios do engano e até de se apresentar como anjo de luz (2 Co 11:14)! Uma forma de verificar se não estamos apenas confundindo uma concepção falsa ou inexata com a verdade é conferindo se o que vivemos e praticamos está coerente e consistente com o que aceitamos como verdade. Esta inclusive é a maneira que o próprio Senhor nos recomenda para verificar se alguém está na verdade – pelos seus frutos (Mt 7:15-20; 12:33; Lc 6:43-45)! Se há discrepância então ou não temos a verdade ou não cremos realmente na verdade! Dissimulações de que não é bem assim ou que os fatos e pregações não foram bem entendidos, no entanto sem esclarecer com precisão o que seja a verdade, ou atitudes de ocultar verdades e fatos com a desculpa de que nem todos estariam preparados para elas, a história da Igreja nos ensina que estes são sérios indicadores de que se está deixando enredar pela tortuosa falsidade. A principal estratégia do inimigo na esfera espiritual é nos privar de nossa firmeza na verdade (At 11:23; Cl 2:5; 1 Ts 1:3; Hb 2:1; 2 Pe 3:17), nos deixando inseguros quanto a real verdade. Precisamos resistir-lhe na Fé (Ef 6:13; 1 Pe 5:8,9). Por isto, para que um obreiro seja aprovado por Deus é necessário que este tenha diligência e uma mente treinada (2 Tm 2:23) apto para cortar retamente a palavra (ver 2 Tm 2:15–do grego, orthotomeo, cortar reto a palavra, e notas 151 e 152 da RV). Sem tal cuidado com a palavra de Deus pode-se inadvertidamente promover a impiedade (2 Tm 2:16) e corroer a confiança dos santos na Fé (2 Tm 2:18). Não podemos esquecer que é justamente a confiança que nos dá galardão (2 Co 3:4; Ef 3:12; 1 Ts 2:2; Hb 2:13; 3:14; 10:35; 1 Jo 2:28; 3:21; 4:17; 5:14), e não simplesmente o crer (cf Tg 2:17-26). Sendo fieis à verdade e não agradando a homens (Gl 1:10;Ef 6:6), sendo o nosso falar sim ou não (Mt 5:37; Jo 7:24; 2 Co 4:2),. Independentemente disso vir a ser contra a nossa pessoa ou não, nos guarda das artimanhas do maligno e nos preserva na verdade (2 Jo 4). No “The Character of the Lord’s Worker” (tradução: O caráter do obreiro de Deus) Volume 52 do “Collected Works of Watchman Nee”, no capítulo 10 o irmão Nee coloca justamente isto. O obreiro de Deus deve ser absoluto pela verdade, e isto só é possível quando ele se libertar de si mesmo. Se alguém deixa com que a verdade seja comprometida por suas afinidades pessoais, sentimentos, família, etc., este não está qualificado para ser um obreiro de Deus! Se formos levianos e superficiais com esta questão da verdade, o seremos com tudo o mais!
Fonte: “Avaliação dos Fruntos Após Mais de 15 anos de Práticas e Moveres na Restauração no Brasil”
O PERIGO DA HISTÓRIA ÚNICA
“Quando rejeitamos uma única história; quando percebemos que realmente nunca há apenas uma história sobre determinado lugar, nós reconquistamos um tipo de paraíso” ~ Chimamanda Adichie, escritora
Há duas formas de conhecermos o mundo que nos rodeia: através da experiência própria ou através de ver e ouvir histórias (ok, o Google também ajuda). Em ambos os casos, contudo, nosso conhecimento será muito, mas muito limitado mesmo, seja por limitações da nossa própria percepção ou limitações das histórias que nos são contados ou dos seus “historiadores”. Isto por si só já deveria servir de alerta para nós. Entretanto, há algo bem mais perigoso do que a ignorância a respeito da história parcial: é a “história única”. Quando alguém conta a “história única” a respeito de outro alguém ou de algum fato e essa história é recebida sem questionamento, o que recebe a história irá criar em sua mente uma estrutura, um cenário, uma corrente de valores, que aprisionarão no tempo a pessoa ou fato que foi retratado. Por exemplo, se alguém conta uma história de que em determinado País, não existem aparelhos eletrônicos, nem veículos, nem livros, mas apenas florestas, então, na cabeça de quem recebeu história, estará sendo criado um país com essas características. O problema é que esse país pode nunca ter existido de fato, mas para essa pessoa essa país existe e é real, apesar de ela nunca ter ido lá ou procurado pesquisar a respeito. Por que esse assunto é importante para nós, cristãos? Por nós somos muito propensos a acreditar em histórias. Quando temos comunhão, o que fazemos? Contamos histórias. Quando lemos a Bíblia, o que fazemos? Lemos histórias. Quando ouvimos mensagens ou estudos, o que fazemos? Ouvimos histórias. E todas essas histórias vão criando em nós uma estrutural mental através do qual raciocinamos, julgamos e decidimos nossas vidas. Então, se de fato as coisas são assim, qual a grande questão? Saber se as histórias são verdadeiras ou não. Quanto à Bíblia, não temos problemas, porque cremos que ela trata de fatos verdadeiros ou com significados verdadeiros. Alguns podem ser mais complexos que outros ou podem necessitar serem complementados com uma melhor tradução, mas nenhum cristão sincero desconfia da veracidade do sentido das Escrituras. Minha preocupação, contudo, são as histórias que ouvimos e contamos. Elas são verdadeiras? Recentemente, um irmão me indagou acerca de um fato que havia ocorrido comigo no ano de 2004, para saber se era verdade. Sim, confirmei com ele, mas fiquei assuntado com os detalhes desse fato que haviam sido transmitidos para ele. Era um absurdo de mentiras – não sei voluntárias ou involuntárias. Como ele não havia falado comigo até esse dia, ele havia ficado apenas com a “história única”, ou melhor, a “mentira única”. Essa situação me levou a refletir acerca do perigo da “história única” no meio cristão. Quando um determinado cristão deixa de se reunir em determinado grupo, imediatamente começam a surgir as “histórias”. Se a própria pessoa não vem ao meio e as esclarece, então surgem diversas versões. Nos grupos mais sistematizados, contudo, o líder do grupo, em casos em que o cristão que deixou de frequentá-lo possuía alguma influência no grupo ou seus motivos poderiam causar uma desestabilização no poder clerical, então, para “proteger” a incolumidade espiritual do rebanho, o líder apresenta a sua “história única” acerca do irmão “desaparecido”, “ingrato”, “rebelde” ou “ambicioso”. Como a pessoa normalmente não tem como se defender (como um ausente pode argumentar?) e como os outros são normalmente orientados a não procurar a pessoa para tirar dúvidas, então a “história única” passa a ser a verdade absoluta, tão clara como amanhã será outro dia. Uma irmã, há uns anos atrás, confidenciou-me que estava com saudades de determinado irmão e que, inadvertidamente, havia falado sobre esse sentimento no grupo ao qual ambos frequentavam. Para sua surpresa, um dos líderes do grupo lhe repreendeu veementemente:– no nosso meio, nunca mais fale a respeito desse nome!
(achei muito semelhante à repreensão do Sinédrio acerca do nome de Jesus…) Obviamente, o irmão a qual a irmã se referiu foi mais uma vítima do mal da “história única”. Não sei se a vítima foi ele ou a irmã e ou o grupo que perderem a presença desse irmão… Entretanto, uma das maiores verdades do Novo Testamento, após, obviamente, a revelação de Cristo e de sua noiva, a igreja, é o caráter limitado da nossa percepção, que deveria nos conscientizar da necessidade que temos do próximo, como o único capaz de completar o nosso significado e o significado da Verdade. “O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado” (1 Co 13:8-10) Só o amor completa! E nós? Nós, ao máximo (isto é, com bastante esforço, pesquisa, oração e comunhão), conseguimos ver em parte, conseguimos produzir uma “história parcial”, que pode ser até boa e honesta, mas sempre será parcial, será a nossa história, segundo a nossa percepção e nada mais que isso. O amor, entretanto, não julga sem ouvir o outro lado, sempre rejeita “história única”, o amor vai até a fonte, o amor visita, o amor manda e-mail, o amor liga, o amor manda torpedo, o amor ora pela pessoa, o amor lança fora o medo, o amor não atravessa para o outro lado da rua para evitar seu irmão… O amor sabe perfeitamente que só com o outro ele pode ser completo de significado.“A falta de amor não é necessariamente o ódio, mas muito mais a indiferença”.
Ame ao próximo e rejeite a “história única”. Graças a Deus que um dia tudo o que é em parte será aniquilado, seremos então consumidos e absorvido por Aquele que É tudo em todos, e então virá o fim!A Base da Comunhão: o Ministro, a doutrina ou a comunhão com o Pai e Filho?
A Vida Cristã Normal da Igreja
Visto que as igrejas de Deus são locais, temos de tomar cuidado a fim de lhes preservar o caráter local, bem como a esfera e os limites locais. Uma vez que uma igreja perde um desses itens, ela deixa de ser bíblica. Duas coisas demandam especial atenção se queremos salvaguardar a natureza local das igrejas.
Em primeiro lugar, nenhum apóstolo deve exercer controle sobre uma igreja em caráter oficial. Isso é contrário à ordenação de Deus e destrói a natureza local da igreja, impondo-lhe o cunho de ministro extra-oficial. Nenhum apóstolo tem a autoridade de estabelecer uma igreja particular em lugar algum. A igreja pertence à localidade, e não ao obreiro. Quando as pessoas são salvas por meio de um homem, elas pertencem à igreja no lugar em que vivem, e não ao homem por meio de quem foram salvas, nem à organização que ele representa. Se uma ou mais igrejas são fundadas por certo apóstolo, e ele exerce autoridade sobre elas como se pertencessem a ele ou à sociedade dele, essas igrejas tornam-se facções, pois não é na base da diferença de localidade que elas se separam de outros cristãos (salvos por meio de outros apóstolos), e, sim, na base da diferença de quem foi usado para salvação. Assim os apóstolos se tornam cabeças de várias denominações, e o âmbito deles torna-se o âmbito de suas respectivas denominações, enquanto as igrejas sobre as quais eles exercem controle tornam-se facções, cada qual com a cateterística particular do seu líder, e não de uma igreja local.
Nenhum obreiro pode exercer controle sobre uma igreja ou atrelar a ela o seu nome ou o nome da sociedade que representa. A desaprovação divina sempre incidirá sobre “a igreja de Paulo”, ou “a igreja de Apolo”, ou ainda “a igreja de Cefas”. Na história da Igreja frequentemente ocorreu que , quando Deus deu luz especial ou experiência a uma pessoa, essa pessoa ressaltou essa verdade em particular a ele revelada por ele experimentada, e reuniu à volta de si pessoas que apreciavam o seu ensinamento. O resultado disso é que o líder, ou a verdade que ele ressaltava, tornou-se a base da comunhão. Assim as facções se multiplicaram. Se o povo de Deus pudesse apenas ver que o objeto de todo o ministério é a fundação de igrejas locais, e não o agrupamento de cristãos ao redor de um indivíduo, ou de uma verdade, ou de uma experiência, ou ainda de uma organização específica, então a formação das facções seria evitada. Nós, que servimos ao Senhor, devemos estar dispostos a abandonar o nosso apego por todos aqueles a quem ministramos, e deixar que todos os frutos de nosso ministério passem para as igrejas locais inteiramente governadas por irmãos locais. Temos de ser escrupulosamente cuidadosos em não deixar a cor da nossa personalidade destruir o caráter local da igreja, e devemos sempre servir a igreja, sem jamais controlá-la. Um apóstolo é um servo de todos e mestre de ninguém. Nenhuma igreja pertence a um obreiro; pertence à localidade. Se os que tem sido usados por Deus através da história da Igreja vissem claramente que todas as igrejas de Deus pertencem às suas respectivas localidades, e não a um obreiro ou a uma organização usada para fundá-las, então não teríamos tantas denominações hoje. (…) Toda e qualquer “igreja” formada tendo por centro uma missão certamente será algo mais do que local, pois onde quer que haja um centro, há também uma circunferência; e se o centro da igreja é uma missão, obviamente a circunferência não é a esfera bíblica da localidade, mas a esfera da missão. Isso claramente carece da característica de uma igreja, e só pode ser considerada uma facção. No propósito de Deus, Jesus Cristo é o centro de todas as igrejas, e a localidade é a circunferência.
(Nee, W., A Vida Cristã Normal da Igreja)
O curioso é que, normalmente, as igrejas locais por fim também se tornaram facções, isto é, algo separado dos demais irmãos na localidade. A relação entre “a igreja local” e os irmãos que estão nas denominações pode ilustrar o fato, na medida em que os primeiros querem que os outros abandonem suas divisões e passem a dar o testemunho da unidade, enquanto isso não ocorre, então haverá um grupo “que dá testemunho da unidade” e vários grupos que não dão esse testemunho – o que, no final das contas, representam apenas facções (até mesmo uma facção pela unidade), isto é, grupos separados. Desta forma, o “testemunho” da localidade deveria ser melhor esclarecido à luz das escrituras. O que é, de fato, ser um? Se ser um é concordar com determinadas doutrinas, então, “ser um” também será pretexto para se dividir. Agora se “ser um” for estar em Cristo, então estamos próximos de algo sobrenatural, algo que está além do entendimento humano, algo exclusivo de Deus, isto é, algo que só Ele pode fazer e promover e ninguém mais. Desta forma, todos os que são um com o Pai e com o Filho também são um entre si, isto é, são o próprio testemunho na cidade.
Se isso for a revelação das Escrituras (em especial Efésios 4 e João 17), então podemos passar para o próximo ponto: quem pode determinar quem está na unidade e quem não está? Se isso for possível através da concordância doutrinária, novamente voltamos para as facções: “o resultado disso é que o líder, ou a verdade que ele ressaltava, tornou-se a base da comunhão. Assim as facções se multiplicaram”. Agora, se somente o Espírito Santo que sonda mentes e corações for a pessoa habilitada para saber e determinar quem está ou não na unidade com o Pai e com o Filho, então podemos (eu penso que devemos) voltar-nos só para essa comunhão maravilhosa pelo Espírito. Doutrinariamente, as denominações são facções? Sim, enquanto organizações humanas; espiritualmente, todos os filhos de Deus que estão nas denominações estão fora da comunhão com o Pai e com o Filho? Obviamente que não; espiritualmente, todos os que estão pretendendo “dar testemunho” da unidade estão na comunhão com o Pai e com o Filho? Possivelmente não, a menos que todos esses vivam 24 h no espírito. Então me pergunto, qual a utilidade dessas coisas? O melhor não seria que tivéssemos primeiramente comunhão no Pai e no Filho e, posteriormente, tivéssemos comunhão uns com os outros, não importa onde estejamos (em igrejas locais, em denominações, em grupos livres etc…)? Não quero de maneira nenhuma anular a força de 1 Coríntios no que diz respeito à unidade e à condenação às divisões. Essa verdade é importante para o Corpo, assim como todas as demais verdades reveladas. Entretanto, a maior e suprema verdade é Cristo, é estar nEle, Ele é o caminho, e o caminho é estar nessa comunhão. Por um lado, o Corpo deve repelir todo “organismo” estranho que atente contra sua saúde espiritual, mas por outro lado, esse mesmo Corpo só se torna real enquanto está ligado à videira, à Comunhão do Pai e do Filho, pelo Espírito. Enquanto isso não for real em nós, corremos o risco de estar doutrinariamente “vivos” e espiritualmente “mortos”.
Se cada um de nós procurarmos viver na realidade da comunhão divina, teremos também comunhão uns com os outros e Deus mesmo irá nos aproximar mais e mais uns dos outros até que essa comunhão evolua para uma edificação em amor e esse edificação em amor será o testemunho.
Onde você está?
